quinta-feira, fevereiro 14, 2008

VERANEIO FLORAL

Acho que para os relacionamentos mais persistentes ou conservadores esse agito todo, o sol, os ritmos, as pessoas, o mar, essas saias que encurtam o/no verão(e elas encurtam muito, como um movimento natural e necessário. Talvez podemos compará-lo a chegada da primavera, uma espécie de veraneio floral. Talvez seja um desajuste, conseqüência das mudanças no clima, causadas pelo aquecimento: destituindo o monopólio da primavera), isso mexe com todo mundo.

Porém, os mais persistentes também encontram nesse agito todo a sua pontinha de prazer, pois ousam acompanhar de forma assídua e disfarçada o movimento de veraneio floral. Eles aproveitam a mancada do outro para se insurgirem, para desafogar o talvez-fardo de sua participação limitada nesses acontecimentos em que o sol (ou talvez as flores? Ou as saias? Já não sei mais!) é o protagonista, alterando o andamento ordinário da vida. Nestes momentos, eles se enchem de coragem, estufam o peito, direcionam o rosto para o final do horizonte, e seguramente, se permitem resmungar da vida naquele momento, pois sabem que têm motivos de sobra para isso. Ah, e é tudo provado cientificamente: as flores estão ai para que quiser olhar.


Haluysio Silva