quinta-feira, dezembro 20, 2007

NÃO À
TRANSPOSIÇÃO DO
RIO SÃO FRANCISCO.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Espécie de Flor

Era quarta-feira fora de época, um dia quente demais para início de primavera. O horário das três da tarde era a volta dos empresários do almoço, o curso de inglês das crianças, a consulta no dentista. E ele mal tinha acordado. Saiu do apartamento no Humaitá com o pescoço ainda quente, tomou só um copo d’água e vestiu moletom e calça jeans, não gostava de comer nada assim tão cedo. Desceu de elevador e logo se arrependeu pelo casaco no ar abafado.Mal percebeu que caminhava em direção à Cobal quando atravessou o portão. Gostava de se perder pelas ruas de Botafogo, mesmo sabendo que não fugia do eixo Voluntários, o rio que corta o bairro em tons desbotados. Ele sabia, Botafogo é cinza.Hoje é dia de feira, os feirantes anunciavam. As donas paravam, davam uma olhada, eles insistiam, a fruta tá uma delícia, fresquinha, quer experimentar. Nem sempre elas experimentam. Ele se aproximou, alguma coisa chamou sua atenção, e não era bem uma fruta.Uma alcachofra. Vegetal com formato de flor, só que uma flor bruta, parece pré-histórica, até as cores são jurássicas. Imaginou a primeira pessoa a experimentar uma alcachofra, mordendo-a inteira, até descobrir que a carne é fininha, um detalhe, está escondida, não mata a fome. E para alcançar o coração da alcachofra é uma dificuldade. O coração fica debaixo das pétalas, debaixo de uma espécie de capim grosso que irrita a língua.Segurou a alcachofra absorto. Entregou uma nota de dez reais, é só isso. Era a primeira vez que comprava uma alcachofra, ele que nunca sentiu uma empatia especial, que inclusive rejeitou em jantares, achava sem gosto, uma coisa boba. De repente ficou constrangido: algumas pessoas soltavam risinhos. Era a paixão com que ele segurava a alcachofra.Quase assim como se fosse um filho. Ou a mulher amada. Ele abraçava a alcachofra contra o peito, até dispensou o saco plástico, jogou as moedas no bolso e alisou as pétalas de cima. Era um cetro, um buquê, uma forma exótica da natureza. Tomou o caminho de volta pra casa, mal podia se segurar da inspiração repentina, e pensou onde no apartamento poderia esconder jóia tão rara.
Alice Sant´Anna

Gabarola Tupiniquim

Chegou à rua, da qual não recordava o nome, olhou para a esquina iluminada. Atravessou a rua confiante rumo ao balcão onde, debruçado em frente às mortadelas, o seu amigo de todas as noites fitava o nada. Mas como se chamava mesmo? Ah! Antes da saideira, “chefe”, depois a língua enrolava e ele demitia o “patrão”. Vendo-o chegar, o “chefe”, acostumado, servia-lhe a picada de cobra. E ele, satisfeito com a reverência, bebia num gole só. Isso é que era prestígio, pensava com orgulho de si mesmo. O “chefe” cabisbaixo caminhou até uma janela engordurada, esticou o braço e num esforço alcançou a travessa na qual repousavam duas sardinhas fritas. Foi até o rolo de papel de embrulho e destacou com destreza. Forrou o prato de vidro, colocou as sardinhas e deu o toque final com uma folha de alface estrategicamente colocada.Uma mosca solitária se despediu das sardinhas. Restava-lhe a travessa polvilhada com farinha.
Mirian Lopes

quarta-feira, dezembro 05, 2007

ESTAÇÃO DE IDÉIAS: VÔO DO VAZIO

ESTAÇÃO DE IDÉIAS: VÔO DO VAZIO

Taxista ganha "caixinha de Natal"



É chegada a hora que as empresas começam a distribuir cestas de Natal com o famoso perú, panetoni...nelas, acontecem os amigos ocultos e é a chegada do sálario mais esperado do ano. Para uns ele vai direto para o banco para cobrir as dívidas acumuladas durante o ano. Outros vão garantir um “look” novo para as festas de fim de ano.
Quem disse que taxi também não ganha a “caixinha” de final de ano? Chega dezembro e muita gente se pergunta porque os taxistas correm em bandeira 2. Ao invés de cobrar em 10 em 10 centavos, em dezembro é cobrado de 15 em 15.
Segundo o Wikipédia o décimo terceiro é conhecido como a gratificação de Natal. Foi instituída no
Brasil levando ao empregadores a pagar ao trabalhador em duas parcelas até o final do ano (veja as regras para o pagamento). O valor da gratificação corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês trabalhado.
Portanto não se assuste em plena segunda-feira às 9 horas da manhã quando pegar um taxi e tiver marcando o 2 no taxímetro. Taxista também tem conta para pagar.


Germano Penalva

terça-feira, dezembro 04, 2007

Ilusionismo ou mágica?

Toda criancinha uma hora descobre que Papai Noel não existe, que as nuvens não são feitas em uma fábrica de algodão doce e que mágicas são apenas truques.
De que a conquista da democracia foi importante para a America Latina nenhum "novo velho brasieiro" tem dúvida, afinal foram anos de ditadura. O certo é que sempre tem um "Mr. M" para revelar os truques do venezuelano, Hugo Chaves, que até então iludiu muitas criancinhas. Inclusive o presidente do Brasil, Lulinha. Dessa vez foi o tempo( 14 anos).
Como toda mágica existe uma preparação para que dê certo como foi planejada, Chaves também tem seus truques:

  • Plebiscitos quando é POP
  • Garantia de jornadas menores
  • Proteção aos trabalhadores informais
  • Desce do palanque para ficar no meio do povão
  • Faz cara de "povo"
  • Diz que quem divergir da Mágica é um "TRAIDOR"
  • Passa um pano preto por cima e ver o resulatdo

Dessa vez o coelho não saiu da cartola. Segundo Chaves a Mágica não deu certo porque seu truque perdeu 3 milhoes de espectadores em relação a última eleição dele quando tinham 7 milhões aplaudindo.

Devemos sempre lembrar que Chaves é amigo de Lulinha. Lulinha apoia Chavinho. Mas sabemos que não queremos Chavinho fazendo mágica aqui no Brasil nem que Lulinha venha fazer as mágicas de seu amigo aqui. Cuidado! Essa é a nossa palavra para com o nosso presidente. Ele que vir fazer mágica aqui no Brasil. Temos que desevendar a mágica de Lulinha antes que ele tire o coelhinho de olhos vermelhos da cartola.

Germano Penalva