sexta-feira, novembro 30, 2007

NOITE


Noite, o silêncio toma conta do meu quarto sob o aconchego da luz da lua. Reflexões do dia, vejo a TV, conversas superficiais através da máquina, rabisco algo, pego o violão, vou tentando exprimir os meus desejos mais íntimos, procurando a combinação que melhor irá se encaixar nesse meu quebra-cabeça de sentimentos. Acordes maiores, menores, com sétimas e nonas, ainda apenas acordes. Angústia, talvez vá explodir, ainda não consigo equacionar, mas não é um resultado de uma operação matemática, é minha vida e não descubro a fórmula, se é que há uma. Desligo a TV, esqueço o violão, e vou pra cama, viro, reviro, mudo de lado, troco os travesseiros, me descubro, o reflexo forte da luz da lua a zelar pelo meu sono, tranqüilizo. Sono profundo, sonhos, ahhh.! Como é bom este, tô feliz, relaxado até com o violão na mão, rodando por uma casa de praia, muitas pessoas, parece haver uma festa, uma banda de amigos toca, sou expectador, sem obrigações naquele dia só me me divertir. Vou para um lado e para o outro, vou chegando mais a frente do palco e de repente vejo ela, que se destaca no meio daquela gente toda, parece que encontrei a minha paz, tudo fica em câmera lenta, parte do sentimento completo. De repente me distraio e já não to perto dela, quero voltar, ouço alguém, talvez minha Mãe, é minha Mãe me acordando, hora de ir pra faculdade. Não acordo, quero continuar o sonho onde estou tão tranqüilo e longe de tudo e tão perto de mim mesmo, digo que vou mais tarde, (sem abrir o olho pra não me desligar do sonho), volto a dormir e compartilhar de todos os sentimentos e sensações que procuro acordado.

Vinícius Cohin

quinta-feira, novembro 29, 2007

Se, algum dia, te chamarem para ir à Rotisseria Sírio Libaneza, não se assuste com o programa desconhecido ou não pense que estão te colocando em uma furada. Afinal, esse é o nome do famoso “Árabe do Largo do Machado”, apelido carinhoso dado por fãs que o consideram o melhor cantinho árabe do Rio de Janeiro. O restaurante, que fica na Galeria Condor, foi fundado em 1967, por Hamed, um sírio, que deixou como herança o tempero da comida árabe.
O local é um ambiente típico: ventiladores no teto, vidros coloridos nas paredes, frutas expostas nas prateleiras, além do clássico estilo “bunda-de-fora”, que resiste ao tempo e à modernidade. Há 15 anos, o Árabe mudou de mãos. O português João da Rocha Pereira e seus sócios compraram o negócio e se instalaram na mesma galeria, em um espaço mais generoso, que ocupa duas lojas. Apesar das mudanças, eles mantiveram a receita e o tempero que, segundo funcionários e clientes, fazem a diferença.
– O sucesso é ter um tempero bom e tratar bem a freguesia. A concorrência não está com nada, declara Sebastião Ferreira de Souza, auxiliar de gerência e 30 anos de casa.
Ele faz parte da equipe de 23 funcionários que ajuda a manter a tradição do lugar. Segundo Souza, as esfihas (R$ 1,80, a unidade) são o carro-chefe da casa e são vendidas, em média, mil por dia. As de queijo e as de carne são as que têm mais saída.
Um costume pitoresco da casa merece destaque. Experimente pedir uma esfiha, e o atendente servirá duas no prato. Uma tática antiga para poupar trabalho.
– Ninguém vem aqui para comer uma só esfiha, explica Antônio Alberto Prado, atendente do Árabe há 25 anos.
O kibe (R$ 1,80, a unidade) também é muito vendido. Pratos como kafta com arroz de lentilha, kibe cru com coalhada seca, repolho e grão-de-bixo fazem muito sucesso. Qualquer prato sai por R$ 10,50 e pode ser servido em meia-porção ou embalado para viagem (R$ 11).
De acordo com os funcionários, o Árabe tem clientela cativa e o número de freqüentadores jovens aumenta cada vez mais. Uma prova de que o restaurante consegue deixar sua marca de geração em geração. A estudante de Ciências Sociais Laura Schnoor vai ao local pelo menos uma vez por semana, para comer a esfiha de verdura e beber o mate da casa (R$ 1,20). Para Laura, a esfiha de verdura é a melhor que ela conhece, pois não leva espinafre na composição. Ela morava no Cosme Velho e, agora que se mudou para perto da galeria, considera-se “de casa”. O estudante de Engenharia João Marco Oliveira fez o caminho oposto ao de Laura. Há dez anos mudou-se do Flamengo para a Barra da Tijuca, mas mesmo assim continua cliente do Árabe. Pelo menos uma vez a cada dois meses ele aparece por lá.
– Esse restaurante faz parte da vida da minha família. Antes de eu nascer, meus pais já comiam lá, diz o estudante que também usa o local como ponto de encontro de antigos amigos de infância.
– O ambiente agradável, o bom atendimento e a comida juntos são uma boa fórmula, acrescenta João.
Uma fórmula que deu certo e que continua dando.
Serviço:
Rotisseria Sírio Libaneza, Largo do Machado, 29 – Galeria Condor.
Telefones: (21) 2557- 2377/ 2205- 2047. De segunda-feira a sábado, das 8h às 23h

Carolina Vaisman

ESTAÇÃO DE IDÉIAS: Nosso espaço!

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