quinta-feira, novembro 29, 2007

Se, algum dia, te chamarem para ir à Rotisseria Sírio Libaneza, não se assuste com o programa desconhecido ou não pense que estão te colocando em uma furada. Afinal, esse é o nome do famoso “Árabe do Largo do Machado”, apelido carinhoso dado por fãs que o consideram o melhor cantinho árabe do Rio de Janeiro. O restaurante, que fica na Galeria Condor, foi fundado em 1967, por Hamed, um sírio, que deixou como herança o tempero da comida árabe.
O local é um ambiente típico: ventiladores no teto, vidros coloridos nas paredes, frutas expostas nas prateleiras, além do clássico estilo “bunda-de-fora”, que resiste ao tempo e à modernidade. Há 15 anos, o Árabe mudou de mãos. O português João da Rocha Pereira e seus sócios compraram o negócio e se instalaram na mesma galeria, em um espaço mais generoso, que ocupa duas lojas. Apesar das mudanças, eles mantiveram a receita e o tempero que, segundo funcionários e clientes, fazem a diferença.
– O sucesso é ter um tempero bom e tratar bem a freguesia. A concorrência não está com nada, declara Sebastião Ferreira de Souza, auxiliar de gerência e 30 anos de casa.
Ele faz parte da equipe de 23 funcionários que ajuda a manter a tradição do lugar. Segundo Souza, as esfihas (R$ 1,80, a unidade) são o carro-chefe da casa e são vendidas, em média, mil por dia. As de queijo e as de carne são as que têm mais saída.
Um costume pitoresco da casa merece destaque. Experimente pedir uma esfiha, e o atendente servirá duas no prato. Uma tática antiga para poupar trabalho.
– Ninguém vem aqui para comer uma só esfiha, explica Antônio Alberto Prado, atendente do Árabe há 25 anos.
O kibe (R$ 1,80, a unidade) também é muito vendido. Pratos como kafta com arroz de lentilha, kibe cru com coalhada seca, repolho e grão-de-bixo fazem muito sucesso. Qualquer prato sai por R$ 10,50 e pode ser servido em meia-porção ou embalado para viagem (R$ 11).
De acordo com os funcionários, o Árabe tem clientela cativa e o número de freqüentadores jovens aumenta cada vez mais. Uma prova de que o restaurante consegue deixar sua marca de geração em geração. A estudante de Ciências Sociais Laura Schnoor vai ao local pelo menos uma vez por semana, para comer a esfiha de verdura e beber o mate da casa (R$ 1,20). Para Laura, a esfiha de verdura é a melhor que ela conhece, pois não leva espinafre na composição. Ela morava no Cosme Velho e, agora que se mudou para perto da galeria, considera-se “de casa”. O estudante de Engenharia João Marco Oliveira fez o caminho oposto ao de Laura. Há dez anos mudou-se do Flamengo para a Barra da Tijuca, mas mesmo assim continua cliente do Árabe. Pelo menos uma vez a cada dois meses ele aparece por lá.
– Esse restaurante faz parte da vida da minha família. Antes de eu nascer, meus pais já comiam lá, diz o estudante que também usa o local como ponto de encontro de antigos amigos de infância.
– O ambiente agradável, o bom atendimento e a comida juntos são uma boa fórmula, acrescenta João.
Uma fórmula que deu certo e que continua dando.
Serviço:
Rotisseria Sírio Libaneza, Largo do Machado, 29 – Galeria Condor.
Telefones: (21) 2557- 2377/ 2205- 2047. De segunda-feira a sábado, das 8h às 23h

Carolina Vaisman

Um comentário:

Anônimo disse...

queria uma esfirra de quijo e dois kibes...quero, também, o molho, limão e azeite...de quebra coloca mais um texto aqui que esse tá muito bom...