sexta-feira, novembro 30, 2007

NOITE


Noite, o silêncio toma conta do meu quarto sob o aconchego da luz da lua. Reflexões do dia, vejo a TV, conversas superficiais através da máquina, rabisco algo, pego o violão, vou tentando exprimir os meus desejos mais íntimos, procurando a combinação que melhor irá se encaixar nesse meu quebra-cabeça de sentimentos. Acordes maiores, menores, com sétimas e nonas, ainda apenas acordes. Angústia, talvez vá explodir, ainda não consigo equacionar, mas não é um resultado de uma operação matemática, é minha vida e não descubro a fórmula, se é que há uma. Desligo a TV, esqueço o violão, e vou pra cama, viro, reviro, mudo de lado, troco os travesseiros, me descubro, o reflexo forte da luz da lua a zelar pelo meu sono, tranqüilizo. Sono profundo, sonhos, ahhh.! Como é bom este, tô feliz, relaxado até com o violão na mão, rodando por uma casa de praia, muitas pessoas, parece haver uma festa, uma banda de amigos toca, sou expectador, sem obrigações naquele dia só me me divertir. Vou para um lado e para o outro, vou chegando mais a frente do palco e de repente vejo ela, que se destaca no meio daquela gente toda, parece que encontrei a minha paz, tudo fica em câmera lenta, parte do sentimento completo. De repente me distraio e já não to perto dela, quero voltar, ouço alguém, talvez minha Mãe, é minha Mãe me acordando, hora de ir pra faculdade. Não acordo, quero continuar o sonho onde estou tão tranqüilo e longe de tudo e tão perto de mim mesmo, digo que vou mais tarde, (sem abrir o olho pra não me desligar do sonho), volto a dormir e compartilhar de todos os sentimentos e sensações que procuro acordado.

Vinícius Cohin

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