quinta-feira, outubro 18, 2007

A arte de grafitar as ruas.

Diferente da década de 1970, o grafite, hoje em dia, é considerado obra de arte. Cada vez mais, aumenta a procura de galerias de arte por artistas que expressam suas ideologias nos centros urbanos. Da atividade marginal que atingiu o Rio de Janeiro na década de 1970, o grafite ganha espaços em galerias de arte e casas de artistas famosos.
Para os manos que não sacam nada de grafite, vale ressaltar que dentro desta arte existem subdivisões. De um lado, pode-se falar do ”Grafite Hip Hop” que possui como elementos principais letras e personagens caricatas presentes no movimento Hip-Hop. No outro lado, encontra-se o Grafite Acadêmico, que utiliza-se de stencil e é geralmente praticado por estudantes de Escolas de Arte.
Quando o grafite começou, era carregado de ideologia. Surgiu no pós-guerra como forma de protesto e ganhou força com o movimento estudantil na França, em maio de 1968. Não demorou a chegar ao Brasil. No final da década de 70 e início de 80, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, o grafite já estava difundido. Os estudantes brasileiros protestavam contra o sistema capitalista através de pichações em muros da grande São Paulo.
O que se observou ao longo desses quase 40 anos foi que as atribuições aos pichadores e grafiteiros modificou-se. Quando o movimento começou, pichadores e grafiteiros eram considerados transgressores de leis. Hoje, são artistas.
No Rio de Janeiro, a arte de rua dos grafiteiros e pichadores ganha espaço em galerias e chama a atenção das pessoas que passam em ruas como a Avenida Jardim Botânico. Artistas cariocas, como Toz, que faz parte do grupo de grafite Fleshbeck Crew, grafita há oito anos. Formado no curso de Arte e Desing da UniverCidade, Toz diz que não se importa com opiniões de pessoas que criticam a exposição de suas obras em galerias como a Choque Cultural, em São Paulo. “A vibração das ruas leva às galerias. Pinto com conceito, retrato a minha vida e o meu redor”, disse Toz.
O artista soteropolitano diz que quando chegou ao Rio, na década de 80, o grafite era marginalizado, mas que atualmente essa arte ganhou outra conotação.
Toz já criou diversos personagens, mas o preferido de seu público é Nina, boneca com traços orientais e mistura de influências do universo feminino, principalmente de sua sobrinha. Seu nome origina-se da palavra “menina“. O artista caracteriza a personagem como uma boneca sonhadora.
Quem quiser conhecer o trabalho de Toz pode acessar o fotolog do Fleshbeck Crew ou percorrer as ruas do Jardim Botânico. O artista possui maior número de trabalhos na Zona Sul carioca: “O grafite tem a parada de você sempre ficar vendo sua arte depois de feita”.
escrito e fotografado por Germano Andrade Penalva

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