sexta-feira, outubro 19, 2007

Mais uma vez o tempo que deveria ter se esticado até que eu voltasse outra, nova, mudada e melhorada pessoa, não o fez. Manteve-se curto, inelástico, contra todas as minhas vontades de me desdobrar e me descobrir entre suas ondas. Naufraguei-me, e nadando contra a corrente, não saí do lugar. Não tive coragem de atirar-me ao mar, nem explorar ilhas desertas com desapego ao meu mundo, conhecendo o além-mar. Repeti a rotina da mesquinhez, que embora tenha sido nova, não parecia. Sem o menor esforço, caí de volta ao normal ao já tão conhecido, deitando na praia e pensando nas mesmas “pequeninces” da vida que a tanto tempo penso sem agir.

Agora, já é o final do verão, de outro largo período de tempo que tinha separado como auto-didático nas lições da vida, e de momento de profundas mudanças e reflexões sobre a minha própria existência e caminhos de devaneio.

Mas não, mais uma vez, seja por falta de esforço próprio ou pela influência maior de fatores externos (que duvido) não me sinto outra. Nem maior nem melhor, nem mais sábia nos conhecimentos do mundo.

Aprofundei apenas minhas incertezas, e minhas certezas também, e me deixei terminar este falso verão da mesma maneira com que nele, embarquei. As incertezas aprofundei por relação com outros, quando me indagava sobre meu próprio caminho e vi quantos outros têm a força que os levará `a ação mesmo sem ter o caminho já traçado. Vejo que me iludo menos, e na minha incerteza não logro tão bem convencer os outros de minhas falsas virtudes, vaidades e exclamações. A certeza que cresceu, no entanto, foi outra. As pessoas antes que eu as conheça, não me conhecem, não me julgam como eu as julgo e não esperam de mim o que eu acho que me cobram.

Nada é certo no começo incerto, e tenho que aprender a começar do zero. Sem arrogâncias ou falsa modéstia, tenho que me dispor a conhecer tudo que eles me têm a ensinar, e fazer ao máximo e de verdade tudo que me disponho a exibir.

Carol Stern

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